16.1.12

Exemplo de adoção



Mulher adota gato para superar perda da família após tragédia da região serrana.


Animais desabrigados são adotados por moradores de vários municípios do Rio.


A fisioterapeuta Juliana Gregório Passos, de 25 anos, moradora de Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, encontrou forças para superar a perda da família na tragédia das chuvas em janeiro do ano passado ao adotar um bichano. Ela decidiu acolher um animal para evitar o sofrimento. A gatinha Maria Esperança a ajudou a lidar com a ausência dos pais e dos dois irmãos.


- Quando aconteceu a tragédia, o psicólogo me orientou e achou interessante eu ter um bicho de estimação para cuidar. Resolvi ir até um abrigo para adotar um gato macho, mas a fêmea teve mais afinidade comigo. O nome dela é Maria Esperança. A adoção foi muito importante naquele momento difícil.



Juliana e Maria Esperança foram morar com amigos no bairro Meudon. Antes de ser castrada, a gata teve a sua primeira cria.



- Quando eu pensei em castrar a gatinha, ela teve filhotes. Eu que fiz o parto dela. Procurei na internet como deveria ser. Arrumei uma caixa, mas ela correu para debaixo do meu cobertor e teve os gatinhos no meu colo.



Luciane da Conceição Cabral Ribeiro, de 35 anos, perdeu a casa, o cachorro e a gata na tragédia. Ela morava no bairro Campo Grande, também em Teresópolis. O imóvel apresentou rachaduras e ela foi obrigada a deixá-lo. Na hora da mudança, os animais desapareceram. A tristeza só diminuiu depois que a família soube que a gata Elzinha tinha sido resgatada.


- Eu fui até a casa da Dora, uma protetora de animais, e vi que a minha gata estava lá. Ela é como se fosse minha filha, pois só tenho dois filhos. Foi um alívio. Ela cuidou da Elzinha durante três meses. Eu tenho certeza que o meu cachorro não morreu. Alguém deve estar cuidando dele.


Arrecadação de ração


A ONG SOS Felinos vai ajudar os animais que se perderam dos donos e que foram resgatados após as enchentes do início deste ano no norte e noroeste do Rio. A presidente da entidade, Rosely Bastos, foi uma das colaboradoras no ano passado na região serrana. Neste fim de semana, a veterinária vai a Campos dos Goytacazes atender animais que foram resgatados. 



- Precisamos de voluntários e de doações de rações, água mineral e de remédios, principalmente de mata bicheira. Estamos com uma caravana do Tony Resgate, que é um protetor de animais que também vai ajudar em Campos. Vamos sair do Rio no domingo de manhã.



Segundo a veterinária, ainda há 60 cães e 40 gatos para doação. Muitos foram adotados por moradores de outros municípios. Os interessados em ajudar podem ligar para o telefone da Rosely. O número é (0xx21) 9962-1526.
 



Outra colaboradora é a veterinária Giselle de Souza. Ela e uma colega de trabalho criaram o blog SOS Animais de São José para ajudar nos resgates em São José do Vale do Rio Preto, outra cidade que sofreu perdas após a tragédia da serra fluminense. Os últimos animais foram doados em dezembro passado. 


Agora, elas chamam voluntários e pedem doações por meio das redes sociais. Quem quiser ajudar pode ligar para Giselle no telefone (0xx21) 9238-0922 ou entrar no blog sosanimaisdesaojose.blogspot.com.