30.9.11

Sobre Veganismo




Espalhado pelo mundo, o movimento vegano defende que os outros animais não são alimento.

Tomados pela reflexão e pensar comprometidos com o seu entorno, foram assaltados pelo desejo, esses motores da vida, rumo a tentar transformar e interagir de modo diferente com a realidade social. Veganos consideram injusta as relações entre “humanos e não humanos”. E têm uma filosofia de vida guiada pelo objetivo de “não explorar e não violentar” os animais.

Assim, guardadas as consideráveis diferenças entre os tipos de ativismo, organizações e movimentos veganos lutam por igualdade e direito dos animais – com início nos Estados Unidos, Canadá e Europa, mas em número crescente também na América Latina. No Chile, no Brasil e na Argentina são realizados encontros e feiras para atualização, debate e divulgação de ideias em prol do direito animal.

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Organizações veganas de enfoque abolicionista vivem, discutem e pensam a sociedade a partir de lógicas contrárias ao atual sistema econômico: apoiam a eliminação total da industrialização e consumo de animais “não humanos”, e qualquer tipo de regulação dentro da atividade de exploração agropecuária (sempre que falam animais, fazem questão de frisar que estão se referindo aos “não humanos”, para não deixar esquecer que os humanos são também animais).

O Homus Vegetus (http://www.homovegetus.cl/), liderado pelo cientista político, escritor vegano e ativista chileno Alejandro Ayala Polanco, promove, desde 2006, o “La fonda vegana del huaso vegetariano”. O encontro foi idealizado em contraposição às festividades de independência do país, realizadas em setembro e denominadas “la fonda”, devido à exposição de animais para rodeios e circos, além do consumo massivo de produtos de origem animal. “Promovemos a consciência, o respeito e a cooperação. Não podemos esperar que as mudanças venham de instituições que têm interesses econômicos e desejam perpetuar a exploração animal”, disse Polanco.

Ele ressaltou também que a festa vegana tem sido noticiada pelos principais meios de comunicação chilenos, o que ajuda a difundir o movimento, pois o veganismo no país ainda é desconhecido pelo grande público. “As pessoas distantes ao nosso movimento estão conhecendo o veganismo e isso gera explicações constantes”, contou o escritor e ativista, vegano há 11 anos.

Em Buenos Aires, há um ano e meio, um grupo de veganos promove a feira “La contra flecha”, com apoio do movimento também argentino “Zoomorfosis”. De caráter abolicionista, reprovam intervenções científicas como a inseminação artificial e todas as demais práticas da indústria da produção animal. “Promovemos oficinas de comida ou limpeza pessoal para produzir sabão e perfume ecológicos; também contamos com a apresentação de um médico naturopata”, contou Marisa Cupaciolo, de 39 anos, vegana há três, que confecciona a própria roupa, sempre com desenhos de animais.

ABOLICIONISTAS DO "BEM-ESTAR ANIMAL"

Segundo a fundadora da primeira organização de direitos animais da América Latina (Ánima), com enfoque abolicionista, consolidada em 2000, a advogada, especializada em filosofia do direito e ética para os direitos animais, Ana Maria Aboglio, “os outros animais” continuam sendo tratados e vistos como seres inferiores, independentemente do cuidado, hoje, prestado pela indústria.


Os abolicionistas são contra qualquer intervenção que sujeite os animais às condições de consumo e exploração — e contra a normatização de práticas de produção e manejo animal, regras científico-acadêmicas inseridas na denominada área do bem-estar animal, usadas por empresas ou instituições de pesquisa científica do setor agropecuário, público ou privado.

Para eles, esse “bem-estar animal” é uma falácia. “Não é o que sugere, o termo deveria chamar-se Administração de Animais para Determinado Fim, em vez de Bem-estar Animal. Ser vegano não é o máximo que podemos fazer pelos outros animais. É o mínimo”, frisou Ana Maria, autora do livro Veganismo: Prática de justiça e igualdade, de 2009.

ANIMAIS DE LABORATÓRIO


Segundo a investigadora do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, Alejandra Romera, na Espanha e nos Estados Unidos as indústrias são obrigadas por lei a formar o comitê de ética, constituído por um médico veterinário, um investigador, um advogado e um especialista em ética.

Atualmente, na América Latina, novas propostas, normatizações e inspeções que envolvem o uso de animais para teste de produtos em laboratórios são realizadas por meio de comitês de ética. Instituições científicas do setor agropecuário buscam consolidar como obrigatórios esses meios de regulação.

“A indústria tem que justificar o porquê da utilização dos animais, o número de animais envolvidos com o experimento e volumes de sangue devem ser controlados. O máximo permitido para que o animal não corra perigo”, explicou Romera.


Nos Estados Unidos, a Farm Sanctuary há 25 anos atua junto à aprovação de leis para regular e controlar o manejo e produção de animais no campo. A organização também aposta em programas de educação, intervém diretamente e resgata animais em situação desumana — milhares, em diferentes cidades dos estados de Nova York e da Flórida —, além de desenvolver programas de educação. “Vamos continuar resgatando os animais, mas também reduzir o número de animais sistematicamente abusados pela indústria de alimentos”, afirmou o presidente da Farm Sanctuary, Gene Baur.

NO BRASIL

Refletir sobre os caminhos percorridos entre o alimento no campo até chegar ao prato para ser consumido é um gesto político pensado no sentido grego da palavra, é viver bem em comunidade, combater as relações de domínio sobre o outro. Assim definiu o psicólogo de Brasília, com ênfase em psicanálise, Fernando de Barros, de 32 anos, vegetariano há 13.

“Ser vegetariano não passa pela boca, é ver o mundo desde outra perspectiva. Quero viver em uma polis o menos violenta possível. Os frangos não mais conhecem o sol, são máquinas, já não são animais”, afirmou Barros. Para ele, comer é satisfazer prazeres aliados ao desfrute de um encontro social, enquanto alimentar está relacionado aos processos fisiológicos dos nutrientes.


“Um caminho produz comida e não nutrientes. O bom é o tempero colocado na carne, quem come carne sem sal e crua?”, indagou pensativo. Para o jornalista de Bombinha (SC), Gustavo Wenceslau, de 24, vegetariano há 10 e que há oito mantém o site http://www.vidavegetariana.com/site/index.php, o ativismo é uma consequência do vegetarianismo, é uma luta coletiva em prol de uma ideologia.

“Queremos mostrar ao mundo que é possível ser vegetariano e ser saudável, contar o que há por trás da indústria da carne e o tratamento dado aos animais”, reivindicou Wenceslau.

Para ele, “a luta” pelo vegetarianismo e cuidado ao animal deve ter como finalidade posicionar o Brasil nos mesmos patamares alcançados nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa.

MITOS

“Não existe um único argumento sequer que justifique o consumo de alimentos de origem animal, por atletas ou não. São mitos, nada mais que mitos, mas que continuam fazendo um estrago enorme”. As palavras são do catarinense triatleta, ultramaratonista e promotor da filosofia vegana Daniel Meyer, último campeão do Multisport Brasil/90km (corrida em trilha, canoagem, mountain bike), que se refere ao fato de muitas pessoas acharem que quem pratica esporte de alta performance necessita consumir proteína animal.

O veganismo, as ultramaratonas e o triathlon apareceram em simultâneo na vida do atleta, há cerca de sete anos, tempo em que conquistou, entre outros, nove títulos nas primeiras três posições. “As pessoas não estão comendo carne ou bebendo leite por necessidade, estão satisfazendo seus paladares”, argumentou Meyer.


Em caso de divórcio



Em muitos casos, os animais de estimação são criados como filhos pelos casais. Por isso, quando o casamento acaba, a briga para ver quem vai ficar com o animalzinho começa.

Esta disputa, cada vez mais comum, já ganhou até um projeto de lei (7196/10) na Câmara Federal. "O objetivo é oferecer critérios para a decisão dos juízes, que hoje consideram a afetividade e a capacidade que as partes têm de manter o animal", explica o advogado Adriano Ryba, de Porto Alegre.

Pode ocorrer tanto a guarda unilateral (um fica responsável e o outro ganha o direito de visita) quanto a compartilhada, na qual o juiz estabelece as atribuições do ex-marido e da ex-mulher no cuidado com o bicho e os períodos de convivência com ele. Neste caso ambas as partes precisam comprovar que podem oferecer um ambiente adequado para o animal.

Normalmente, o juiz leva em consideração os cuidados com os mascotes e tempo de convivência.


Exemplo CCZ em SP



* Exemplo no CCZ de Rio Claro (SP):

A Fundação de Saúde de Rio Claro, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), superou esta semana a marca de mil cirurgias realizadas pelo programa de castração gratuita do município. Quando o centro cirúrgico foi inaugurado, em abril, a meta era castrar cem animais por mês, mas as instalações apropriadas e a dedicação dos profissionais possibilitaram a realização de mais do dobro de castrações previstas.


Segundo o coordenador do CCZ, Josiel Hebling, com este trabalho, espera-se que dentro de pouco tempo haja diminuição no número de animais abandonados e, com isto, também a diminuição de zoonoses que podem ser transmitidas por estes animais, como sarna e verminoses.


Com as castrações realizadas, em apenas um ano Rio Claro deixará de ter pelo menos 16 mil animais nascidos e que poderiam ser abandonados. Isto se for levado em conta que cada animal terá apenas quatro filhotes por cria. Por exemplo, se uma cadela tem quatro filhotes: dois machos e duas fêmeas. Em seis meses cada filha fêmea terá mais quatro filhotes e a mãe inicial também. A soma resulta em 16 filhotes no ano, e assim sucessivamente. Mas é importante lembrar que as fêmeas podem dar seis, oito, dez ou mais filhotes.


A WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal) aponta que com vida reprodutiva de seis anos, uma cadela pode gerar até 100 descendentes, e uma gata, em dois anos, 200 descendentes. Esse dado mostra a importância da castração para o controle populacional desses animais. Assim é possível evitar que a cria indesejada continue motivando o abandono de animais nas ruas.


O CCZ disponibiliza os telefones 3535-4441 e 3527-0309 para que a comunidade possa entrar em contato e obter mais informações sobre castrações.


Adoção no RN




Precisando de um amigo? Aqui você encontra:






29.9.11

ONGs atuantes em SC



Parcerias entre poder público e ONGs de proteção animal é algo que precisamos incentivar e divulgar. Vejam este exemplo que vem de Santa Catarina:

Foi acertado na manhã de hoje que um regimento interno para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Criciúma será elaborado com a participação das Organizações não Governamentais (ONGs) protetoras dos animais de Criciúma. De acordo com o secretário do Sistema de Saúde, Silvio Ávila Júnior, a lei que aprovou a criação do CCZ possui algumas lacunas que agora serão ajustadas. “A gerência do CCZ, em conjunto com as ONGs, avaliou melhor a lei e decidiu que são necessárias adequações”, explica o secretário. A primeira etapa do CCZ será inaugurada na próxima terça-feira, às 17 horas.

A nova proposta de lei será encaminhada para a Câmara de Vereadores na próxima semana para aprovação. “O CCZ não é um hospital veterinário do SUS. Todos nós estamos envolvidos no funcionamento do local, porém há questões que devem ser melhores esclarecidas como as funções que competem a cada um”, comenta Ávila.

Para a presidente da Apacri, Zeta Machado, a reunião de hoje foi válida para que os órgãos interagissem com o Governo. “A importância da primeira fase em funcionar é a extrema urgência de fazer a castração e alojamentos dos animais. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) é bem claro quanto a isso”, destaca Zeta.

28.9.11

Alternativas para o couro




Conheça cinco alternativas ecológicas para substituir o couro

Materiais podem ser opção para fabricação de cintos e até roupas

Como todos nós sabemos, o couro é a pele de um animal tratada quimicamente. Apesar de ser  um material forte e resistente há questões polêmicas envolvidas no uso indiscriminado do couro como a matança de animais e a poluição causada pelos resíduos químicos usados para tratar o couro (muitas vezes eles são nocívos ao meio ambiente).

Selecionamos cinco materiais ecologicamente corretos que podem substituir o couro.


1. Casca de árvore

É possível usar casca de árvore para fazer tecido. As lascas da madeira das árvores da família Moraceae podem ser tratadas e usadas como tecido. Essa material permite diferentes usos, como cintos e até roupas, já que o tecido é grosso, porém macio.



2. Cortiça
O tecido de cortiça vem da madeira do carvalho. Além de ser uma alternativa segura para o meio ambiente, esse tecido pode ser uma alternativa ao couro já que pode ser facilmente limpo, é macio ao toque, é a prova d´água e repele poeira.


3. Algodão acetinado

O algodão polido de alta qualidade tem longa duração e se assemelha à seda. É geralmente usado para colchas, almofadas e lençóis e também pode ser usado em roupas e adornos.


4. Papel

Se você é um daqueles que realmente amam o meio ambiente e sempre usam produtos ecológicos então, obviamente, sabe da importância e dos benefícios dos produtos de papel. Existem vários produtos que são feitos a partir desse material, como sacolas e cestos, e por ser oriundo das árvores, é uma boa alternativa ecológica.


5. PET

O polietileno tereftalato, conhecido pela sigla PET, é uma resina de polímero termoplástico da família do poliéster e é usado em fibras artificiais. Como é um produto que pode ser reciclado mais de uma vez é, sem dúvida, uma opção mais ecológica do que o couro. O poliéster é usado em vários produtos como roupa de cama, almofadas, tapetes, entre outros.


http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI268093-17770,00-CONHECA+CINCO+ALTERNATIVAS+ECOLOGICAS+PARA+SUBSTITUIR+O+COURO.html

27.9.11

Vitamina B1

Nozes


A vitamina B1 foi a primeira do complexo B a ser descoberta. A sua falta provoca o beribéri, doença cuja incidência aumentou significativamente no século 19, principalmente na Ásia quando se começou a produzir o arroz polido. Em 1880 o almirante Takaki da marinha japonesa provou que a causa do beribéri era alimentar, ao acrescentar à dieta dos marinheiros da marinha nipônica peixes, carnes, cevada e vegetais. Em 1897 Eijkman, um médico holandês que atuava em Java observou que o pó resultante do polimento do arroz, se diluído em água e se administrado aos portadores de beribéri, curava a doença. Em 1936 a vitamina B1 foi isolada e foi batizada com o nome de tiamina.

Sinônimos: Tiamina

Doses diárias recomendadas: 1,5 mg. Para mães que amamentam e para idosos é 3,0 mg

Principais funções: atua principalmente no metabolismo energético dos açúcares. A sua função como neurotransmissor é discutida.

Principais fontes: carnes, cereais, nozes, verduras e cerveja. Nota: alguns peixes e crustáceos e chás pretos podem conter fatores anti-tiamina.

Manifestações de carência: a doença carencial clássica é o Beribéri que se manifesta principalmente em alcoólatras desnutridos e nas pessoas mal-alimentadas dos países pobres. A manifestação neurológica da carência de vitamina B1 é também denominada de Beribéri seco, caracterizando-se por neurites periféricas, distúrbios da sensibilidade com zonas de anestesia ou de hiperestesia, perda de forças até a paralisia de membros. No cérebro, pode haver depressão, perda de energia, falta de memória até síndromes de demência como a psicose de Korsakoff e a encefalopatia de Wernicke. As manifestações cardíacas decorrentes da falta de vitamina B1 são denominadas de Beribéri úmido, que se manifesta por falta de ar, aumento do coração, palpitações, taquicardia, alterações do eletrocardiograma, inclusive insuficiência cardíaca do tipo débito elevado.

Nas crianças de peito a falta de vitamina B1 pode aparecer por ser o leite materno muito pobre em tiamina, principalmente se a mãe não receber suplemento de vitamina B1.

Nos portadores de hipertireoidismo, havendo um aumento do metabolismo decorrente da atividade exagerada do hormônio da tireóide, podem surgir manifestações de carência de vitamina B1 causada pelo consumo aumentado.

Manifestações de excesso: mesmo em doses elevadas, a tiamina não é tóxica. Os eventuais excessos ingeridos são eliminados pelos rins, deixando a urina amarelada.
                                                                                                
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?508