Vegetarianismo:
Vida consciente e mais saudável?
IBGE
estima que os vegetarianos já somam 9% da população.
O vegetarianismo, segundo a Sociedade Brasileira de
Vegetarianos (SBV), é uma prática alimentar que exclui da dieta todos os tipos
de carne (boi, peixe, frutos do mar, porco, carneiro, frango e outras aves) e é
baseado no consumo de alimentos de origem vegetal com ou sem o consumo de
laticínios e/ou ovos. A prática está crescendo no Brasil. As estimativas do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que eles já
somam 9% da população. Os proprietários de restaurantes, lanchonetes e vegetarianos
percebem que o mesmo está acontecendo em Sergipe.
Victor Balde (foto acima), fotógrafo e vegetariano há oito anos,
diz que começou sendo, somente, vegetariano e hoje é vegano. “Veganismo é o
estilo de vida que não explora nenhuma forma de sofrimento animal, utilizando-se
dos boicotes aos diversos produtos/serviços que financiem o maltrato com
animais, tornando-os meras mercadorias”, explica Victor.
Victor
diz que se tornou vegetariano porque buscou se informar sobre os processos
envolvidos na comercialização da carne. “Vi o que acontecia por trás da
industria da carne e vi que era possível viver sem financiar o maltrato de
animais para prazeres fúteis, como a alimentação composta por bichos, uma
determinada vestimenta ou determinado cosmético que é testado em animais”,
comenta o fotógrafo.
Para
Sâmia Scaranto, administradora e vegetariana há aproximadamente três anos, o
vegetarianismo é uma forma de levar a vida baseada na ética e no
comprometimento com o bem estar do planeta, das pessoas e dos animais. Ela
conta ainda que a adesão à prática alimentar aconteceu gradativamente, retirando
primeiro as carnes vermelhas, depois as brancas.
Sâmia conta, assim como Victor, que decidiu aderir ao vegetarianismo após assistir documentários e pesquisar sobre os problemas causados ao planeta, por conta da forma de produção de carne. “Decidi ser vegetariana após assistir o documentário ‘A carne é fraca’, do Instituto Nina Rosa. No documentário, é visto tudo que envolve o consumo da carne, desde o desequilíbrio ecológico, proporcionado pelo desmatamento da mata atlântica e agora da amazônia destruindo habitats, para criar pasto e para o cultivo da plantação de soja, onde a maior parte direcionada para a fabricação de ração de gado ao invés de ser para consumo humano, até as cenas reais desses criadouros de animais usados para consumo humano (frangos, porcos e bois) onde esses animais são tratados como coisas, não podem desenvolver seu comportamento natural”, explica a administradora.
A professora do departamento de zootecnia da Universidade Federal de Sergipe, Ângela Cristina, também tem uma péssima visão dos abatedouros, mesmo sendo carnívora. “A grande maioria dos abatedouros não é fiscalizada, embora todos eles tenham um médico veterinário. A crueldade com os animais é muito grande e é desnecessária. Além da falta de higiene que existe, isso é inadmissível”, diz a professora.
Para Ângela, existem dois viés que precisam ser melhorados nos abatedouros: “um, da higienização, e, o outro, do tratamento que é dado aos animais que são seres que sentem medo, dor, pavor, estresse, que querem fugir diante da situação que se encontram”.
Ela conta que a maneira correta de fazer o abate é utilizando uma pistola pneumática, atirando diretamente na fronte do animal, para que ele seja insensibilizado. “O animal antes de ser abatido tem que ser insensibilizado, porque, na verdade, o animal morre não por conta de uma pancada na cabeça ou por um choque, ele morre por conta da sangria e, para esse animal ser sangrado de forma humanitária, não tem necessidade de sangrá-lo consciente, é muito sofrimento. Após a insensibilização é que ele deve ser sangrando porque, assim, ele não percebe o ato, ele vai morrer inconsciente sem se debater e sem se agonizar”, explica Cristina.
Ela conta que, atualmente, procura saber a procedência das carnes com as quais se alimenta e só compra o produto se souber que os animais são abatidos em locais higienizados e capacitados a fazer o abate humanitário.
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